Only Jazz Quarteto
O Only Jazz Quartet é formado por músicos de diversas
origens geográficas que o destino entendeu colocar em
contacto nas remotas ilhas dos Açores no início do
ano de 1999. A banda é constituída por Chris
Alexander (trompete e filiscorne), Jorge Lima
(guitarra), Mike Ross (contrabaixo) e João Silvestre
(bateria). Os quatro músicos têm um percurso
bastante distinto e ecléctico, mas são unidos por um
sentimento comum: uma forte paixão pelo jazz enquanto
música livre e universal. Através do seu trabalho em
conjunto, procuram exprimir esta paixão e partilhá-la
com o público em geral, divulgando o repertório, o
estilo e a filosofia deste género musical. O lançamento
da banda ao vivo, numa série de 8 espectáculos no
clube “Bluzz”, na ilha de S. Miguel, em Maio e
Junho de 1999, constituiu um assinalável êxito em
termos de adesão do público, contribuindo assim para
criar hábitos de cultura jazzística entre o público
micaelense. Entre os momentos altos da actuação do
grupo, contam-se a abertura do II Festival de Jazz de
Ponta Delgada, no Coliseu desta cidade, a 7 de Outubro
de 2000, e a participação no III Festival de Jazz da
mesma cidade, em Outubro de 2001. A banda conta, no
seu currículo, com inúmeras actuações em bares e
clubes da Região Autónoma dos Açores, em
particular, na ilha de S. Miguel. Apresentou-se, também,
na ilha do Faial, com um concerto no Clube Naval da
cidade da Horta, em 1 de Outubro de 2000. Durante os
anos de 2001 e 2002, realizou concertos em Vila
Franca, na Lagoa, no Nordeste e na Povoação, em S.
Miguel.
Chris
Alexander
(trompete e filiscorne) nasceu em Viena, Áustria, em
21 de Agosto de 1961. A sua primeira formação
musical foi o Coro dos Meninos de Viena, entre 1970 1
1975. Fez estudos musicais de trompete e piano na
Academia de Viena e no Conservatório da mesma cidade
entre 1975 e 1984. Trabalhou de seguida como músico
profissional em várias formações, incluindo a
George Grunz Big Band Featuring Bobby McFerrin &
Sheilla Jordan. Tocou com músicos ligados à Viena
Art Orchestra, Charlie Ratzer (guitarrista de Chet
Baker), Fritz Pauer e Idris Muhamed (baterista de
James Brown). Em 1984 mudou-se para Espanha, para
viver um ano em Málaga. Gravou um disco em Madrid com
o grupo Neo Bop e acompanhou o cantor espanhol Carlos
Cano. Depois regressou à Austria, onde tocou com vários
grupos em vários estilos, incluindo os Brazilian Love
Affair, que fez suporte para Astrud Gilberto. Em 1989
veio para Portugal, tocando com Nana Sousa Dias. Em
1992 partiu para Dubai, na Arábia, e em 1994 voltou a
Portugal, tocando com várias formações ligadas ao
Hot Club de Portugal, incluindo Bernardo Moreira,
Claus Nymark Big Band e Carlo Morena, entre outros.
Formou a sua própria banda, Opium, tocando com
Alexandre Manaia e Alexandre Diniz. Em 1999 mudou-se
para os Açores para ensinar trompete no Conservatório
Regional de Ponta Delgada. Actualmente, é director da
Escola de Música da Povoação, S. Miguel.
Jorge Lima
(guitarra) nasceu na Terceira em 28.11.64. Iniciou-se
na guitarra e na composição como autodidacta, aos 15
anos. Mais tarde, estudou guitarra clássica na Escola
Duarte Costa (Lisboa) e Formação Musical na Academia
dos Amadores de Música de Lisboa. Estudou no
Conservatório Regional de Ponta Delgada, onde
integrou a Classe de Jazz orientada pelo professor
Michael Ross. Foi também co-fundador dos Habitat, dos
Arte Suave e dos Quarta Essência, banda que integra
ainda, como guitarrista e compositor. Estudou guitarra
jazz com Maarten Van der Grinten, Pedro Madaleno e Sérgio
Pelágio. Participou na banda sonora das séries
televisivas Mau
Tempo no Canal e O
Feiticeiro do Vento. Foi professor de guitarra no
Centro de Formação Musical da Mãe de Deus, em Ponta
Delgada, entre 1992 e 1999. Estudou também saxofone
no Conservatório Regional de Ponta Delgada. Foi
membro do Grupo da Classe de Jazz deste Conservatório
e do Quarteto de Saxofones da mesma escola. Em 2001,
organizou o grupo Alma Nova, com o qual realizou a
abertura do III Festival de Jazz de Ponta Delgada,
apresentando um espectáculo de tributo ao compositor
brasileiro António Carlos Jobim.
Mike Ross
(contrabaixo) nasceu no Estado do Texas, E.U.A, em
1946. Fez uma Licenciatura em Teoria da Música na
North Texas University, a segunda maior escola dos
Estados Unidos a oferecer um programa de Jazz. Tocou
com inúmeros músicos, alguns de grande nomeada no
meio jazzístico internacional, destacando-se a este nível
a sua participação na banda de Stan Kenton. Chegou a
Portugal em 1976, tendo tocado neste país com
diversos músicos da área do Jazz. Tocou em inúmeros
festivais, incluindo o Cascais Jazz. Colaborou no Hot
Club de Portugal, em Lisboa. Foi também um dos
primeiros professores do Louisiana Club, clube de Jazz
fundado por Luís Villas-Boas em Cascais. Colaborou
como músico e orquestrador num disco de Paulo de
Carvalho e Fernando Tordo. Foi tubista da Orquestra
Sinfónica da RDP – Emissora Nacional entre 1979 e
1985. É desde então professor no Conservatório
Regional de Ponta Delgada, onde lecciona metais e
contrabaixo. Nesta escola, orienta também uma Classe
de Jazz. Integra ainda, como músico e arranjador, um
quinteto de metais composto por docentes de vários
Conservatórios do país.
João Silvestre
(bateria) nasceu em Lisboa em 1975. Iniciou estudos de
música aos 16 anos no Hot Club de Portugal, tendo
como professores André Sousa Machado, Carlos Vieira,
Pedro Moreira e João Moreira. Ao nível das formações
musicais em que participou, contam-se, entre as
principais, o trio de Nuno Ferreira, o Quarteto de
Nuno Ferreira, o Quarteto de Carlos Barreto, o
Moreiras Jaztet, o Trio de Carlos Moreira, a Ala dos
Namorados, Los Tomatos e o Pedro Madaleno Trio.
Leccionou na Escola de Jazz do Hot Club de Lisboa em
1995. Participou ainda em trabalhos com Jorge Reis,
Vasco Agostinho, João Maurílio, Chris Case, Bob
Sands, Perico Sambeat, Jesus Santandreu, Albert Sanz,
etc. Participou em inúmeros festivais, contando-se
entre os mais importantes o Jazz em Agosto 1995 e 1998
(organizado em Lisboa pela Fundação Calouste
Gulbenkian), o Festival de Jazz de Matosinhos 98, o
Festival de Jazz de Leiria 97, o Festival de Jazz de
Loulé 98 e o Festival de Jazz de Évora 96. Integrou
os Quarta Essência (Açores) e o grupo de Carlos
Massa (Açores). Ao nível discográfico, gravou em
1997, com Nuno Ferreira, um disco ao vivo, integrado
num evento com o título "Novíssimas do Jazz",
realizado no Teatro São Luís, em Lisboa. Trabalha
actualmente com Nuno Ferreira e outros músicos, em
Lisboa., onde actua regularmente.
|

|
Russell
Malone
Russell Malone nasceu a 8 de Novembro de 1963 em Albany,
Georgia. Os seus primeiros contactos com a música
foram na igreja. “A
música não era sofisticada, mas havia tanto espírito!”
explica Russell. “Quasi
não havia instrumentos, apenas bateria, tambores e
uma washboard…as pessoas não sabiam o que era soul
music antes de verem aquelas pessoas de Igreja
cantarem.
Em breve a guitarra foi incorporada na música de Igreja e
Russell ficou fascinado por ela..Aos cinco anos a mãe
ofereceu-lhe uma guitarra de brincar e ele começou a
copiar os músicos de Igreja. Aos dez, Russell passou
a interessar-se pelos blues e música country depois
de ver na televisão músicos como Chet Atkins, Glen
Campbell, Johnny Cash, Roy Clark, B. B. King e,
especialmente, George Benson. Mais tarde escolheu o
Jazz. Sentado ao lado do gira-discos e a tocar muito,
foi o modo como ele diz que aprendeu a tocar jazz. De
facto, tornou-se um tocador auto-didacta, influenciado
por músicos como B. B. King, Wes Montgomery, George
Benson, Kenny Burrell e dúzias de outros que ele
descobria depois de procuras vorazes.
Começou por tocar, em 1988 com o grande mestre
organista de jazz Jimmy Smith, e, entre 1990 e 1994
acompanhou Harry Connick Jr.. No final dos anos
noventa acompanhou em discos e concertos por todo o
mundo Diana Krall, recebendo o aplauso da crítica no
seu papel de braço direito de Diana, quer nos
concertos, quer nas gravações. Russell acompanhou
igualmente músicos como Eddie Cleanhead
Vinson, Claude Fiddler
Williams, Bucky Pizzarelli, Jack McDuff, John Hicks,
Clarence Carter, Little Anthony, Freddie Cole, Mulgrew
Miller, Kenny Barron, Roy Hargrove, Cyrus Chestnut e
Patti Austin. Participou no filme de Robert Altmann “Kansas
City”.
As
suas primeiras gravações como líderforam feitas
para a Columbia: Russell
Malone (1992), Black
Butterfly (1993) e Wholly
Cats (1994). Mais tarde assinou contrato com a
Impulse-Universal: Para estes gravou Sweet Georgia Peach (1998) e Look
who’s here! (2000). Teve também uma participação
proeminente nos últimos discos de Benny Green, como Kaleidoscope
(1997) e These
are Soulful days (1999). Teve um papel muito
importante nas gravações de Diana Krall, como nos
discos nomeados para os Grammy All
for You, Love Scenes e The Look of Love. Também
gravou, entre outros, com Harry Connick Jr., Branford
Marsalis, Don Braden e Etta Jones.
Benny
Green
Benny
Green nasceu em 1963 em Nova Iorque, tendo crescido em
Berkeley, California, onde iniciou os estudos de piano
clássico com sete anos de idade. Influenciado pelo
pai, um saxofonista tenor, muito rapidamente a sua
atenção se virou para o jazz: “Comecei
a tentar improvisar ao piano, imitando as gravações
da colecção do meu pai que ouvia, as quais incluiam
bastante de Monk e Bird…tratou-se de um processo
gradual de aprender sozinho”. Tocou em bandas na
escola antes de ser contratado pela cantora de jazz
Fay Carroll. “Foi um bom treino para mim em termos de acompanhamento e de
aprendizagem dos blues. Ela deu-me ainda a
oportunidade de tocar em trio a abrir todos os seus
espectáculos”. Ainda teenager trabalhou com
Eddie Henderson e ganhou alguma experiência de big
band no grupo de 12 elementos de Chuck Israels. Depois
da graduação, tocou durante um ano como freelancer
na zona de São Francisco e a seguir mudou-se para
Nova Iorque, na Primavera de 1982.
Em Nova Iorque Benny começou a estudar com o
veterano pianista Walter Bishop Jr. o qual o ajudou a
encontrar o seu próprio som e encorajou-o a estudar
toda a história do piano jazz. Depois de um curto período
com Bobby Watson, Green trabalhou com Betty Carter
entre 1983 e 1987, ano em que entrou para os Jazz
Messengers de Art Blakey onde ficou até finais de
1989. Nessa altura começa a trabalhar no Quinteto de
Freddie Hubbard. Em 1993 Oscar Peterson escolhe Benny
Green para o primeiro recebedor do “Glen Gould
International Protégé Prize in Music” da cidade de
Toronto. Nesse ano substitui Gene Harris no Trio de
Ray Brown onde fica até 1997. A partir desse ano começa
a liderar os seus próprios trios, a acompanhar
cantoras como Diana Krall e a concentrar-se nas suas
performances em piano solo.
A
sua carreira em disco, a qual inclui mais de cem sessões,
é impressionante: entre muitos outros, gravou como
acompanhante com Betty Carter, Art Blakey e os Jazz
Messengers, Freddie Hubbard, Bobby Watson, Milt
Jackson, Diana Krall, Gary Bartz, Don Braden, Arnett
Cobb, Mingus Dynasty, John Pizzarelli, Lew Tabackin,
Ray Brown e Oscar Peterson.
Como líder começou por gravar em 1988 o album Prelude
e em 1989 In This Direction. Em 1990 começa a gravar para a etiqueta Blue
Note: Lineage
(1990), Greens
(1991), Testifiyn’ (1992), That’s
Right! (1993), The
Place To Be (1994), Kaleidoscope
(1997) e These
are soulful days (1999). Entretanto tinha gravado
em 1997 o album Funky
para a Toshiba. Em 2000, e já para a Telarc, publicou
o album Naturally.
Estudante
perpétuo da história do jazz piano, Benny Green
refere Erroll Garner, Ahmad Jamal, Phineas New born,
Bud Powell e Oscar Peterson como algumas das suas
influências mais importantes. No entanto a sua
estadia nos Jazz Messengers contribuiu, mais que
qualquer outra influência, para modelar o seu estilo.
Nunca está mais à vontade que num contexto hard-bop,
mostrando-se um digno émulo dos seus predecessores:
Horace Silver, Walter Davis Jr., mesmo Bobby Timmons
de quem reteve as longas sequências em block chords, geradoras dum swing poderoso e sem ornamentos. Se a
sua inspiração se alimenta naturalmente da tradição
religiosa, desenvolve, no entanto, linhas melódicas
complexas onde demonstra todo o seu virtuosismo.
Ray
Drummond
O
contrabaixista, compositor, arranjador, professor e
produtor Ray Drummond nasceu a 23 de Novembro de 1946
em Brookline, Massachusetts, filho de um coronel do exército,
o que o levou a frequentar 14 escolas por todo o
mundo. Aos 8 anos começou a tocar trompete e logo a
seguir trompa. Em 1961volta-se para o contrabaixo.
Instalado na Califórnia tira a licenciatura em Ciências
Políticas e prepara um mestrado em Administração
Financeira na Stanford Business School (1970-1971). No
entanto, não se imagina a passar o resto da sua vida
nesta área e decide consagrar-se à música. Completa
a sua formação com lições privadas, especialmente
no que diz respeito à técnica de utilização do
arco.
A
sua carreira musical começa na área de S. Francisco,
onde, em 1971, grava com Michel White, trabalha com
Bobby Hutcherson (colaboração que tem continuado até
aos dias de hoje), Martha Young (sobrinha de Lester),
Ed Kelly, Tom Harrell e Eddie Marshall. Em 1977
muda-se para Nova Iorque onde rapidamente se torna num
dos contrabaixistas mais solicitados. As suas sólidas
inovações rítmicas e harmónicas levam-no a
trabalhar com músicos como Betty Carter, a Thad Jones/Mel
Lewis Orchestra, Winton Marsalis, Woody Shaw, Horace
Silver, Hank Jones, Jon Faddis, Milt Jackson, Johnny
Griffin, Kenny Barron, Pharoah Sanders e George
Coleman. Adicionalmente aparece em mais de 300 gravações
com artistas como alguns dos já referidos, mas também
com Art Farmer, David Murray, Houston Person, Stan
Getz, Kenny Burrell, Kevin Mahogany, Toots Thielemans,
Benny Golson e Ray Briant. Além do trabalho com estas
lendas do Jazz, Drummond também grava e actua com
diversos novos artistas como Joe Locke, Steve Wilson,
Paul Boltenback, Jessica Williams, Rob Schneiderman e
Jeanie Bryson.
Por
outro lado, Drummond lidera os seus próprios grupos há
mais de 29 anos, tendo gravado oito albuns sob o seu
nome e três como co-líder com pianistas (dois com
Bill Mays e um com John Hicks). Como compositor a sua
música está ancorada na tradição do Jazz e nas
suas raízes, com uma mistura de inspirações
africanas e ambientes modais. Diz Drummond: “Tento responder à questão de saber o que teria acontecido se não
tivéssemos seguido a experiência Afro-Cubana. Como
seria se a influência Africana tivesse ido
directamente para Nova Iorque e New Orleans?”.
Como líder, rodeia-se de músicos que sabe que entrarão
na sua música, e permite que explorem a sua própria
maneira de tocar. Os seus três principais grupos são:
“Excursion”,
com David Sanchez, Craig Handy, Stephen Scott, Mor
Thiam e Billy Hart; o Quarteto, com Billy Hart, Stephen Scott e Craig Handy; e o “One
To One”,com Bill Mays. Adicionalmente, co-lidera
“The Drummonds”,
com Billy Drummond e Renee Rosnes.
Como
professor iniciou-se em 1975 no Departamento de Música
do Monterey Peninsula College. A partir de então tem
dirigido master
classes, seminários e workshops
um pouco por todo o mundo, incluindo o Stanford Jazz
Workshop (duas vezes como master resident), a Berklee School of Music, Purdue University,
BANFF Center for the Arts, University of Nebraska/Lincoln,
University of Massachusetts e a Sibelius Academy of
Music de Helsínquia, Finlândia, só para indicar
alguns.
Como
acompanhante, continua a trabalhar como membro do Trio
de Kenny Barron, com Houston Person, Bobby Hutcherson,
George Coleman, Phill Woods, Peter Leitch, David
Murray’s Power Quartet, Toots Thielemans, Bill
Charlap Trio, The Drummonds, Bennie Wallace e muitos
outros.
Albuns:
Susanita
(com Branford Marsalis)
Maya’s
Dance
(com Tom Harrell)
Camera
In A Bag
(1989 - com David «Fathead» Newman, Kenny Barron,
Steve Nelson…)
Excursion
(1992 - com Joe Lovano, Craig Handy, Danilo Perez, Mor
Thiam…)
Continuum
(1994 – com Randy Brecker, John Scofield, Kenny
Barron, Steve Nelson, Mor Thiam…)
Vignette
(1995 – com Gary Bartz,Chris Potter, John Richmond,
Joe Lovano, Renee Rosnes e Billy Hart)
|

|
Kenny
Barron
O pianista e compositor Kenny
Barron nasceu a 9 de Junho de 1943 em Filadélfia. Aos
doze anos começa a estudar piano, mas também
contrabaixo. Naturalmente os seus primeiros estudos são
de música clássica. Um dos seus professores foi Vera
Bryant, irmã de Ray Briant e mãe de Kevin e de Robin
Eubanks. Barron foi “trazido” para o jazz pelo seu
irmão mais velho, o saxofonista Bill Barron, que lhe
dava a ouvir discos de Fats Navarro, Dizzy Gillespie
ou Charlie Parker.
Em 1957 obtém o seu primeiro
contrato na orquestra de Mel Melvin, onde tocava e seu
irmão. Depois de uma breve passagem pelo grupo de
Philly Joe Jones e depois pelo de Yusef Lateef. Em
1960 conclui a sua graduação e no ano seguinte
muda-se para Nova Iorque onde começa a trabalhar com
o irmão e Ted Curson, depois com James Moody, Lee
Morgan, Lou Donalson. Em 1962 colabora com Roy Haynes
antes de substituir, por recomendação de James Moody,
Lalo Schifrin no Quinteto de Dizzy Gillespie, onde
permanece até 1966 e se torna conhecido. Passa a
tocar com Freddie Hubbard, Jimmy Owens e Stanley
Turrentine. Em Março de 1970 faz parte do Quarteto de
Yusef Lateef, depois trabalha com Milt Jackson, Jimmy
Heath, Stan Getz (1974-75), Buddy Rich (1975), antes
de se associar duravelmente a Ron Carter(1976-80).
Em
1981 forma com Buster Williams, Ben Riley e Charlie
Rouse o famoso quarteto “SPHERE”, que gravou o seu
primeiro album no ano seguinte e que tem tido um
grande sucesso até hoje (com a morte de Charlie Rouse,
e uns anos mais tarde, Gary Bartz passou a integrar o
grupo). Forma também os seus próprios grupos –
trios, quartetos e quintetos Entretanto continua a
acompanhar numerosos músicos (por exemplo Bobby
Hutcherson a partir de 1984, Stan Getz na sua digressão
europeia de 1987).
Kenny
Barron tem obtido vários prémios, como por exemplo:
Melhor Pianista de Jazz nas votações dos críticos
de jazz para as revistas “JAZZ IZ” em 1996,
“Jazz Times” em 1997 e 1998, “Downbeat” em
1997, 1998 e 1999. Melhor Pianista de Jazz nas votações
dos leitores das revistas “Jazz Times” em 1995 e
1996, “Downbeat” em 1997 e “JAZZ IZ” em 1999.
Em 1998 obteve ainda o “New
York Jazz Award” para o melhor pianista e em
2000 ganhou o prémio de melhor pianista da Associação
Americana de Jornalistas de Jazz.
Tem
mais de quarenta discos gravados como líder ou co-líder,
sete com o grupo SPHERE e cerca de trezentos como
acompanhante.
O
estilo e a carreira de Kenny Barron fazem lembrar
muitas vezes as de Tommy Flanagan e Hank Jones:
Acompanhou uma multidão de músicos, adaptando-se a
cada contexto com um profissionalismo imperssionante e
desenvolvendo um talento de camaleão que desencoraja
qualquer tentativa de singularização. Ele é capaz
de acompanhar – e improvisar – “à Herbie
Hancock” (nomeadamente com Freddie Hubbard e Joe
Henderson), “à McCoy Tyner” (ainda com Hubbard)
ou “à Oscar Peterson” (com…Ray Anderson). Mas
revelou-se ao lado de Dizzy Gillespie um verdadeiro
estilista bebop. Depois, é uma espécie de depositário
duma certa tradição do piano-jazz moderno,
abandonando as passagens rápidas um pouco
atabalhoadas,
mas trabalhando particularmente a
sonoridade,com uma refinada harmonia, assim como o
ritmo, sem nunca deixar de ter um swing muito forte.
Ben
Riley
O baterista Ben Riley
nasceu em Savannah, Georgia, em 17 de Julho de 1933,
tendo estudado em Nova Iorque com Cecil Scott, depois
de um primeiro contrato em 1956 com Bobby Brown. Grava
com Johnny Griffin, Eddie “Lockjaw” Davis, Bennie
Green, Ken McIntyre, Junior Mance, Jeremy Steig, Sonny
Rollins, Nina Simone e Sam Jones.
Baterista
de Thelonious Monk entre 1964 e 1968, em 1965
acompanha Duke Ellington várias vezes, nomeadamente
no Festival de Pittsburg. Em 1970 grava com Alice
Coltrane.
Fazia parte do “New York Jazz Quartet” em 1975
quando encontrou Ron Carter que o chamou para formar
um grupo com Kenny Barron e Buster Williams. No
entanto foi o próprio Carter que acabou por não
acompanhar o projecto, ao qual se juntou, uns anos
mais tarde, Charlie Rouse, de que resultou o famoso
grupo SPHERE, cujo primeiro album “Four in One”
foi gravado em 1982, tendo-se seguido outros, bem como
numerosas digressões.
Entretanto Ben Riley grava com Chet Baker, Kenny
Barron, Benny Golson e em trio em 1983 e em quinteto
com Dollar Brand em 1985. Acompanha também Horace
Tapscott. Ainda na segunda metade dos anos 80 grava
com Ricky Ford, Stan Getz, Shannon Gibbons, Andrew Hill
e Jack Sheldon.
A partir do final dos anos 80 toca regularmente com
Kenny Barron e Ray Drummond.
Tratando-se de um baterista muito solicitado, gravou,
ainda, entre outros, com Ted Brown (1985), com a
cantora Shannon Gibbons, Ben Sidran (1987), Barney
Kessel; em quarteto com Ricky Ford, Jaki Byard e Milt
Hinton em 1989 e 1991, Eddie Harris, Nancy Harrow e
Gary Bartz em 1990, Harold Ashby, Kenny Barron, Gary
Bartz, Harriet Bluiett, Jay Collins, Eddie Harris,
Nancy Harrow (1990 e 1993), Jay McShann (2 discos em
1992), Mike Melillo, Pete Minger, Valery Ponomarev,
Claudio Roditi ,etc..
É
conhecido pelo seu sentido de swing, pelos seus
efeitos coloridos e atenção ao tema e à estrutura,
sendo a sua maneira de tocar muito caracterizada por
uma batida aérea, pureza de toque do címbalo e
nitidez da tarola.
|

|
Curtis
Fuller
O trombonista e compositor Curtis
Fuller nasceu em 15 de Dezembro de 1934 em Detroit. Só
começou a interessar-se pelo jazz no final do liceu,
mas tocava então saxofone barítono. Passou ao
trombone com 16 anos. Na altura Detroit era berço de
excelentes músicos, como Donald Byrd, Elvin e Thad
Jones, Paul Chambers, Kenny Burrell, Louis Hayes,
Pepper Adams, Tommy Flanagan e Barry Harris, para
referir alguns dos mais importantes. Foi nesta
atmosfera musical que FULLER desenvolveu o seu estilo.
Em 1953 começou o serviço militar, aí conhecendo
Junior Mance e Cannonball Adderley. Contudo, já na
altura se interessava pelo trabalho dos trombonistas
J. J. Johnson e Kai Winding, com os quais viria
posteriormente a gravar. Entre 1953 e 1955 foi
convidado a tocar com Cannonball Adderley. Segue-se um
período em que toca com Kenny Burrell e no quinteto
de Yusef Lateef, grupo que a partir de 1957 se
apresenta em Nova Yorque.
Rapidamente o seu trabalho começa a destacar-se e o
seu talento, com um estilo poderoso e imaginativo e
sonoridade característica, impressiona músicos e críticos.
Numa entrevista, aos 22 anos, FULLER refere Jimmy
Cleveland, Bob Brookmeyer e Urbie Green como
favoritos.
Em 1957 o trombonista era solicitado para todo o lado:
gravou com Sonny Red, Paul Quinichette, Tommy Flanagan,
Jackie McLean, tocou no Café Bohemia no sexteto de
Miles Davis, também com Clifford Jordan, gravou
“The Opener”, “New Trombone” e “With Red
Garland”, entre outros, como líder, trabalhou com
Jimmy Smith e Bud Powell, culminando na gravação de
“Blue Train” com John Coltrane. Basta referir que
em apenas 8 meses em Nova Iorque, FULLER gravou 6
discos como líder e participou em outras 15 gravações
discográficas, o que é impressionante para um
trombonista de 23 anos!
Em 1958 começa a germinar um novo projecto entre
Benny Golson e o trombonista, baseado no trabalho
realizado para cinco discos e já em 1959, para mais
dois que incluíam Art Farmer. Desta colaboração
nasceu o jazztet, que gravaria em 1960 o disco “Meet The Jazztet”, onde além
dos três sopros atrás mencionados, tocava igualmente
McCoy Tyner. Entretanto continuou a gravar com
Kenny Dorham, Benny Golson, Wilbur Harden,
Abbey Lincoln, Philly Joe Jones, Ahmed Abdul-Malik,
Blue Mitchel, Billy Eckstine, Quincy Jones e Frank
Wess, entre outros.
Entre 1961 e 1965 FULLER faz parte dos Jazz Messengers
de Art Blakey, quando o quinteto passou a sexteto. O
trombonista, juntamente com Freddie Hubbard, Wayne
Shorter, Cedar Walton e Jymie Meritt ou Reggie Workman,
criaram um dos mais impressionantes grupos da história
do hardbop. No entanto, não deixa de tocar e gravar
com Phil Woods Freddie Hubbard, Roland Kirk, e Lee
Morgan. Após participar em discos deste último, mas
também de Hank Mobley, Joe Henderson e Wayne Shorter,
em 1968 participou numa longa digressão europeia e
asiática da orquestra de Dizzy Gillespie.
No início da década de 70 participa em experiências
electrónicas, sempre inspiradas no hardbop, com
Stanley Clark e Bill Washer. De 1975 a 1977 faz parte
da orquestra de Count Basie. Em 1979, com Kay Winding,
constitui o quinteto “Giant Bones”, ue grava no
ano seguinte. Seguem-se gravações com Cedar Walton
(1979 e 1983), Lionel Hampton, Slide Hampton, e Benny
Golson (1980 e 1981).
Nos anos 80 e 90 participou em algumas digressões
interncionais do Jazztet e do Timeless All Stars, ao
lado de Harold Land, Bobby Hutcherson, Cedar Walton e
Billy Higgins, com os quais gravou em 1983 e 1985.
Gravou também com Art Farmer, Benny Golson e Johnny
Griffin entre outros. FULLER tem leccionado,nos EUA;
desde 1993.
Foi
a ouvir J. J. Johnson que FULLER ganhou maturidade,
aperfeiçoou o trabalho harmónico com Miles Davis,
desenvolveu a abordagem da improvisação com John
Coltrane. Com base numa enorme bagagem técnica, as
passagens muito rápidas no trombone não têm
segredos para FULLER. Sempre no respeito pelo hardbop,
os seus solos são marcados por contrastes efectivos e
explorações harmónicas pouco habituais no trombone,
mostrando um sentido rapsódico do ritmo, decerto
inspirado na técnica coltraneana.
Javon
Jackson
O saxofonista (tenor e
soprano) Javon Jackson nasceu em 1965 em Carthage (Missouri).
Ainda garoto, foi residir com a familia para Denver,
onde começou a estudar música. Mais tarde,
matriculou-se no Berklee College of Music, em Boston.
Ainda estudante, fez parte dos Jazz Messengers de Art
Blakey, até à morte do baterista em 1990. Na década
de 90 tocou e gravou com Elvin Jones, Charlie Haden,
Freddie Hubbard, Ron Carter, Cedar Walton, Nat
Adderley, Donald Byrd, Richard Harris, Betty Carter,
Bobby Hutcherson, Jon Faddis, Stanley Turrentine e
Curtis Fuller.
Em 1994 foi editado o seu primeiro CD no catálogo
Blue Note, para o qual gravou até hoje vários
discos. “For One Who Knows” foi produzido pela
grande cantora Betty Carter. Saxofonista muito
solicitado, nestes últimos anos participou em mais de
80 discos. O seu “Pleasant Valley”, gravado em
1999, esteve algumas semanas na 1.ª posição das
tabelas de jazz nos EUA.
É Professor Assistente no SUNY Purchase College e na
Universidade de Long Island.
O seu mais recente projecto, o quinteto”Split Second”,
inclui DR Lonnie Smith, Mark Whitffield, Fred Wesley e
Lenny White.
Ronnie Mathews
O pianista e compositor Ronnie Mathews
nasceu em 2 de Dezembro de 1935 em Brooklyn, Nova
Iorque. Inicia a sua formação em piano, teoria e
composição no Brooklyn College e na Manhattan School
of Music.
Diplomado em 1959, toca em várias orquestras,
nomeadamente com Kenny Dorham, antes de, em 1963, ser
contratado por Max Roach, com quem grava nesse mesmo
ano “Doin’ The Thang” e segue em tournée pelo
Japão. Esta colaboração dura até 1968 mas
permite-lhe, ao mesmo tempo tocar com Roy Haynes e
depois com Freddie Hubbard (1965-66). Em 1968 entra
para o grupo de Art Blakey onde fica um ano,
participando em tornées pela Europa e Japão.
Depois de quasi dois anos trabalhando como free-lance,
torna-se durante algum tempo compositor a tempo
inteiro e começa a dar aulas no Jazzmobile (programa
de animação musical nos quarteirões e arredores
pobres de Nova Iorque, que decorria no Verão, ao ar
livre, sobre plataformas rebocadas por camiões) e na
Universidade de Long Island.
A partir de 1972 colabora com o sexteto de Louis Hayes
e em 1976 começa a trabalhar com Clark Terry, quer em
quarteto, quer em Big Band. Nesse mesmo ano, com Louis
Hayes e Woody Shaw acompanha Dexter Gordon quando o
saxofonista volta para os Estados Unidos depois de
muitos anos na Europa. Depois tocou, fez digressões
e/ou gravou com Johnny Griffin (1979-82), Dizzy
Gillespie (1981-88), Clifford Jordan (a partir
de1981). Nos anos 80, toca com Junior Cook, Frank
Foster, Jimmy Cobb, Ed Thigpen, Terence Blanchard e
Branford Marsalis, com os quais igualmente grava. Na década
de 90, faz parte dos grupos de T.S.Monk, mas também
grava com Thomas Chapin, Clifford Jordan, Louis Hayes,
Roy Hargrove e com a Joe Henderson Big Band,
participando também na música da peça "Black
and Blue"e na banda sonora do filme de Spike Lee
"Mo' Better Blues". Desde o final dos anos
80, é professor na New School of Music, em Manhattan.
Particularmente influenciado por Thelonious Monk e Bud
Powell, com um estilo próximo do de Horace Silver,
RONNIE MATHEWS é um excelente solista,
particularmente em tempos rápidos, com um fraseado
denso de grande riqueza harmónica. Acompanhador
seguro, muito fluente no reforço dos solistas numa
abordagem próxima de um McCoy Tyner ou de um Herbie
Hancock, é um dos pianistas originários do hardbop
mais solicitados.
Michael Bowie
Nascido em Maryland, em 1970, muito jovem começou
a sua carreira no grupo de Betty Carter. Gravou dois
CD’s com esta cantora e vários outros com músicos
e cantores com os quais tocou, como Michel Camilo,
Abbey Lincoln, Abdullah Ibrahim, George Coleman, Kenny
Burrell, Sarah Vaughan, Joe Williams, Christian Escoudé,
Rodney Kendrick, Bheki Mseleku, Stephen Scott, Terell
Stafford, Michel Petrucciani e Javon Jackson.
Recentemente foi-lhe atribuído o prémio “National
Endowment for Jazz”. Lecciona no Conservatório de Música
de Shenandoah. Tem participado em diversos programas
de televisão, com destaque para a série “Bet on
Jazz” com Kenny Kirkland e Maceo Parker, bem como no
“Three Generations of the Bass” com Charlie Rouse.
Louis Hayes
O baterista norte-americano Louis Hayes nasceu a
31 de Maio de 1937 em Detroit. Começa a interessar-se
pela bateria com o pai e o primo que tocavam este
instrumento e que o entusiasmam. No início dos anos
50 estuda na Wurlitzer School of Music e cria o seu
grupo que toca um pouco por todo o lado na área de
Detroit. A partir de 1955 começa a tocar
profissionalmente com Yusef Lateef e a seguir passa três
anos no grupo de Horace Silver, indo depois para Nova
Iorque.
Entre 1956 e 1959 grava com Sonny Clark, Clifford
Jordan, Phil Woods, Bennie Green, Wilbur Harden,
Curtis Fuller, Cecil Taylor, Wes Montgomery, Jackie
McLean, Tommy Flanagan, Miles Davis Kenny Dorham e
John Coltrane. Segue-se uma longa colaboração de
seis anos com Cannonball Adderley. No entanto, durante
este período, não deixa de gravae com Pepper Adams,
Nat Adderley, Rolland Kirk, Ken McIntyre, Lee Morgan,
Victor Feldman, Grant Green, Barry Harris, Sam Jones,
Joe Henderson e Freddie Hubbard, entre outros. No
final dos anos sessenta faz parte do Trio de Oscar
Peterson. Entretanto, em 1967, forma os Jazz
Communicators com Freddie Hubbard e Joe Henderson,
voltando a tocar no grupo de Hubbard em 1970 e 1971.
Vai gravando e/ou tocando com Junior Cook, Woody Shaw,
Dexter Gordon (com Ronnie Mathews e Woody Shaw
acompanha Dexter Gordon quando o saxofonista volta
para os Estados Unidos depois de muitos anos na
Europa), Sonny Stitt, Joe Zawinul, Ravi Shankar e
Cedar Walton. Entre 1977 e 1978 toca com Harold Mabern
e, depois, com Horace Parlam, gravando então como líder
o excelente disco “The Real Thing”. No início da
década de 80 participa com Joe Farrell em experiências
orquestrais e, em 1985, faz parte do Trio de McCoy
Tyner. De 1988 a 1996 toca e grava com Charles
Tolliver, Bobby Watson, John Stubblefield, Gary Bartz,
Kenny Barron, George Benson, Frank Morgan, David
Hazeltine, Javon Jackson e Clint Houston.
Para além do atrás referido, tem vários discos
gravados como líder: “Light And Lively” e “Una
Max”, ambos com Charles Tolliver e Kenny Barron
entre outros; “The Crawl” com Gary Bartz; “Nightfall”;
“Blue Lou”, com Javon Jackson e Ronnie Mathews;
“The Super Quartet” e “Louis AT Large” com
Javon Jackson.
Mestre da bateria hardbop, LOUIS HAYES é um músico
imaginativo, ritmicamente seguro, que ao mesmo tempo
que sabe escutar os seus companheiros, consegue
produzir um balanço contagiante, através do seu jogo
de pratos.
|

|
Laverne
Butler Quarteto
Laverne Butler (voz)
Nasceu em Shreveport (Louisiana), em 1958. Estudou
canto desde jovem e, aos 12 anos, já se apresentava
em concertos com o pai, o saxofonista Scott Butler.
Eram os primeiros passos nos R&B e no jazz, à
mistura com alguma música pop. Mais tarde, na
Universidade de New Orleans, tornou-se vocalista da
orquestra de jazz universitária. Daí a
apresentar-se, com certa regularidade, nos clubes da
Bourbon Street, em New Orleans, foi um passo.
Entretanto, formou-se em inglês e drama, vindo a
tornar-se professora de inglês num liceu local. Porém,
o jazz era a música que mais a atraía, o que levou a
cantora a trabalhar com Ellis Marsalis, Henry Butler,
Edward Frank, Earl Turbinton, Alvin Batiste e James
Black. No Verão de 1985, conhece o cantor Jon
Hendricks, que a convence a ir residir em Nova Iorque
a fim de ali se dedicar essencialmente ao canto.
Diz Laverne numa recente entrevista: "Era uma
situação muito cansativa, pois levantava-me quase
sempre às 6 horas, dava aulas no liceu durante a manhã,
ensaiava de tarde e cantava à noite. Isto
praticamente todos os dias".
Depois de gravar para o catálogo Chesky, assinou
contrato com a editora MAXJAZZ, em 1999. "Blues
in the City" foi o seu primeiro Cd neste catálogo,
disco que se manteve várias semanas no 1º lugar das
tabelas de jazz nos EUA. "A Foolish Thing to
Do", no qual participa o pianista BRUCE BARTH,
foi editado em 2001. A crítica do Washington Post
refere: "A cantora da Louisiana mostra grande
maturidade e bagagem séria em dois elementos
essenciais do jazz – blues e swing". No final
do ano passado, os críticos da revista Down Beat
votaram LAVERNE BUTLER na classificação "Talent
Deserving Wider Recognition".
Bruce Barth (Piano)
Pianista-compositor nascido em Passadena, em 1958.
Cresceu em Nova Iorque, desde cedo envolvendo-se no
mundo da música pois a mãe era pianista clássica.
Começou a estudar piano com 5 anos, vinda a terminar
o Curso Superior no Conservatório da Nova Inglaterra,
no final dos anos 70. Depois de se interessar mais
profundamente pelo jazz, teve oportunidade de se
especializar com Jaki Byard e George Russell (entre
1982 e 1984). Fez parte da Orquestra de George Russell
e dos grupos de Nat Adderley, Vincent Herring, Stanley
Turrentine e Terence Blanchard. Tem tocado um pouco
por todo o mundo, apresentando-se na Europa – já
tocou duas ou três vezes no nosso país – Japão,
Coreia e África. Gravou com todos os músicos atrás
referidos, além de Steve Wilson e Randy Johnston. Em
1992, participou no filme "Malcolm X". Desde
meados da década de 90, exerce actividade pedagógica
na Universidade de Brooklyn.
Ugonna Okegwo (Contrabaixo)
Nascido em Londres, em 1962, ainda jovem foi residir
na Alemanha, começando a estudar música e
contrabaixo no Conservatório de Berlim. Entre 1987 e
1989, aperfeiçoou os seus estudos com Walter Norris e
Jay Oliver. Depois de se apresentar em concertos com
Charles Tolliver e Dizzy Reese, na Alemanha, partiu
para Nova Iorque em 1990. Nessa cidade, aperfeiçoou a
técnica com Cecil McBee. Nestes últimos 10
anos, tocou com Jon Hendricks, Jacky Terrasson, Carrie
Smith, Joseph Jarman, Clifford Jordan, Steve Davis,
Leon Parker, Joshua Redman, Tom Harrell e a orquestra
Mingus Dinasty.
Montez Coleman (Bateria)
Nasceu em Saint Louis, em 1973. Estudou música e,
posteriormente, bateria, aperfeiçoando os estudos na
Universidade de Illinois Norte, sob a direcção de
Ron Carter, na altura Director dos Estudos de Jazz.
Com apenas 18 anos, foi considerado o melhor aluno de
bateria do Estado do Illinois. Terminou em 1993 o
curso de música, na Universidade da Carolina do
Norte. Até 1996, participou na digressão de três
anos, nos EUA, Europa e Ásia, da cantora Allison
Williams. Depois, tocou com Betty Carter, Nicholas
Payton e John Hicks. Nos últimos anos, colaborou com
Wynton Marsalis e Houston Person e com as cantoras
Carla Cook e René Marie, com as quais se apresentou
no SEIXALJAZZ2001. Acaba de participar na gravação
de discos de Bobby Watson e Russell Gunn. |

|
BIG BAND DO HOT CLUBE DE PORTUGAL
A Big Band do Hot Clube de Portugal, a primeira
grande formação existente em Portugal dedicada
exclusivamente ao Jazz e com actividade regular,
surgiu em finais de 1990 para preencher uma lacuna que
existia na formação dos nossos músicos de jazz: a
prática do rigor, só possivel no trabalho de
orquestra.
Ao longo da sua primeira década a Big Band
realizou inúmeras actuações por todo o país.
Participou em vários festivais, como em Lisboa,
Porto, Guimarães, Serralves, Coimbra, Fundação
Gulbenkian, Festa do Avante, etc.. Actuou também em
dezenas de autarquias ao abrigo de protocolos com a
antiga Secretaria de Estado da Cultura, e com o actual
Ministério da Cultura.
A Big Band teve a honra de inaugurar a actividade de
Culturgest na área do Jazz num concerto tendo como
solista o trompetista Freddie Hubbard. Tocou também
com Benny Golson, Curtis Fuller e Eddie Henderson,
solistas com quem gravou um CD (Polygram).
Apresentou-se no Festival “Jazz em Agosto” da
Fundação Gulbenkian, em 1999, numa homenagem a Duke
Ellington, tocando as suas partituras originais com a
participação dos saxofonistas John Ellis e Mark
Turner. Constituiu também a base da orquestra que no
Grande Auditório da Fundação Gulbenkian recriou as
imortais obras de Miles Davis/Gil Evans Porgy and Bess
e Sketches of Spain, sob a direcção do maestro
Robert Sadin, tendo como solistas os trompetistas Tim
Hagans e Tom Harrel.
Em 2000 realizou uma digressão nacional produzida
pela Culturgest com o patrocínio da Caixa Geral de
Depósitos. Nesse ano apresentou-se em Madrid na
semana de Portugal promovida pelo ICEP.
Em 2001 tocou de norte a sul do país integrada na
bolsa de acções do IPAE.
A Big Band do Hot Clube de Portugal tem-se assumido
como aquilo que vulgarmente se chama uma orquestra de
repertório. Ou seja, uma orquestra cujo repertório
é constituído por peças de compositores importantes
da história das Big Bands: Duke Ellington, Gil Evans,
Thad Jones, Count Basie, para referir alguns. O seu
repertório não é , pois, centrado em música
original de um dos seus membros (geralmente o director
musical).
Algumas vozes têm posto em causa a utilidade de uma
orquestra deste género. É nossa opinião que a existência
de tal orquestra é fundamental no nosso país. Só
dessa forma milhares de pessoas têm acesso, e da
melhor maneira, ou seja, ao vivo, a certo tipo de música.
Por muito que se diga que as gravações preservam as
músicas dos mestres, nem toda a gente tem acesso a
elas, nem o impacto que essa música tem num potencial
amante de Jazz é idêntico. Da mesma forma, alguém
imagina um cenário em que nenhuma orquestra toque
concertos de Mozart ou sinfonias de Brahms? A única
forma de a boa música se manter viva é haver alguém
que a toque ao vivo. Os discos não chegam.
Por outro lado, há uma fase da formação dos músicos
em que é essencial aprender com as principais referências
do estilo e isso só é possível com orquestras de
repertório.
Nessa medida o desenvolvimento do Jazz em Portugal
passa obrigatóriamente por aí, à semelhança de
todos os países com alguma tradição nesta área. No
dia em que houver várias orquestras de estudantes em
Portugal a tocar ao nível da Big Band do Hot
provavelmente deixará de fazer sentido essa orientação.
É importante perceber que esta Big Band não é a Big
Band deste ou daquele músico. Vai essencialmente ao
encontro de uma das ideias fundamentais do Hot Clube
de Portugal, tal como foi concebido por Luíz
Villas-Boas no final dos anos 40: a divulgação do
Jazz.
Na Europa, e em Portugal em particular, há uma tendência
para se dar mais importância ao projecto musical do
que àquilo que é efectivamente tocado. Na comparação
entre “o que se toca” com o “como se toca”,
este último sai claramente a perder.
Muitas vezes músicos e grupos portugueses são
avaliados em função do que não tocam (ou do que
deviam tocar, na opinião dalguns). Seria mais justo
fazer uma análise à música executada no contexto em
que ela acontece, seja ela tradicional, de vanguarda,
ou qualquer outro estilo e independentemente do gosto
de quem a analisa. O que verdadeiramente interessa é
que seja bem tocada, com musicalidade e criatividade,
características aliás essenciais a qualquer género
de música.
A verdade é que a Big Band reúne alguns dos nossos
melhores músicos (de Jazz e não só), conta com a
participação de convidados ocasionais e toca com uma
seriedade, dedicação e respeito pela música
invulgares no nosso meio musical. Para além disso
toca neste momento a um nível inimaginável há 10
anos atrás.
Pedro Moreira (Saxofonista e Compositor)
Desde a sua partida para Nova Iorque em 1996, Pedro
Moreira tem vindo a desenvolver a sua actividade de
compositor tentando juntar os mundos do Jazz e da Música
Clássica, paralelamente à sua carreira de
saxofonista. Assim, podem-se destacar as suas colaborações
recentes como assistente musical e arranjador no CD de
Herbie Hancock “Gershwin’s World” (premiado com
3 Grammy’s) e no próximo CD de Wayne Shorter (a
editar em breve).
Em Julho de 2000 a Filarmónica de Estugarda executou
uma orquestração sua.
Terminou recentemente o Mestrado em Composição Clássica
no Mannes College of Music, em Nova Iorque. Nessa
cidade tinha terminado em 1998 a Licenciatura em Jazz
Performance na New School University.
Nesse ano recebeu o Downbeat Student Music Award nas
categorias “Outstanding Performance” e “Best
Jazz Group”.
Conta com actuações com o grupo “Moreiras
Quinteto” em Espanha, França, Angola, Moçambique,
África do Sul, Costa do Marfim, Estados Unidos da América,
para além de Portugal Continental, Açores e Madeira.
Colaborou também com músicos como Dave Liebman, Joe
Chambers, Freddie Hubbard, Benny Golson, Curtis Fuller,
Eddie Henderson e Bobby Short, entre outros.
É desde 1991 o Director Musical da Big Band do Hot
Clube de Portugal, com a qual realizou inúmeros
concertos e gravou um CD para a Polygram.
É também Director Pedagógico da Escola de Jazz Luís
Villas-Boas, do Hot Clube de Portugal, posição que
tinha antes de se mudar para Nova Iorque e que
reassumiu com o seu regresso a Portugal no Verão de
2000.
É neste momento membro do Conselho Consultivo da
European Jazz Youth Orchestra, uma organização
subsidiada pelo Parlamento Europeu, tendo recentemente
sido eleito para dirigir essa orquestra no ano 2003.
É também Director Artístico do Festival de Jazz da
Alta Estremadura. |
Home |
Festival 2002 |
Músicos
|