Músicos de 2002

Only Jazz Quarteto
O Only Jazz Quartet é formado por músicos de diversas origens geográficas que o destino entendeu colocar em contacto nas remotas ilhas dos Açores no início do ano de 1999. A banda é constituída por Chris Alexander (trompete e filiscorne), Jorge Lima (guitarra), Mike Ross (contrabaixo) e João Silvestre (bateria). Os quatro músicos têm um percurso bastante distinto e ecléctico, mas são unidos por um sentimento comum: uma forte paixão pelo jazz enquanto música livre e universal. Através do seu trabalho em conjunto, procuram exprimir esta paixão e partilhá-la com o público em geral, divulgando o repertório, o estilo e a filosofia deste género musical. O lançamento da banda ao vivo, numa série de 8 espectáculos no clube “Bluzz”, na ilha de S. Miguel, em Maio e Junho de 1999, constituiu um assinalável êxito em termos de adesão do público, contribuindo assim para criar hábitos de cultura jazzística entre o público micaelense. Entre os momentos altos da actuação do grupo, contam-se a abertura do II Festival de Jazz de Ponta Delgada, no Coliseu desta cidade, a 7 de Outubro de 2000, e a participação no III Festival de Jazz da mesma cidade, em Outubro de 2001. A banda conta, no seu currículo, com inúmeras actuações em bares e clubes da Região Autónoma dos Açores, em particular, na ilha de S. Miguel. Apresentou-se, também, na ilha do Faial, com um concerto no Clube Naval da cidade da Horta, em 1 de Outubro de 2000. Durante os anos de 2001 e 2002, realizou concertos em Vila Franca, na Lagoa, no Nordeste e na Povoação, em S. Miguel.
          Chris Alexander (trompete e filiscorne) nasceu em Viena, Áustria, em 21 de Agosto de 1961. A sua primeira formação musical foi o Coro dos Meninos de Viena, entre 1970 1 1975. Fez estudos musicais de trompete e piano na Academia de Viena e no Conservatório da mesma cidade entre 1975 e 1984. Trabalhou de seguida como músico profissional em várias formações, incluindo a George Grunz Big Band Featuring Bobby McFerrin & Sheilla Jordan. Tocou com músicos ligados à Viena Art Orchestra, Charlie Ratzer (guitarrista de Chet Baker), Fritz Pauer e Idris Muhamed (baterista de James Brown). Em 1984 mudou-se para Espanha, para viver um ano em Málaga. Gravou um disco em Madrid com o grupo Neo Bop e acompanhou o cantor espanhol Carlos Cano. Depois regressou à Austria, onde tocou com vários grupos em vários estilos, incluindo os Brazilian Love Affair, que fez suporte para Astrud Gilberto. Em 1989 veio para Portugal, tocando com Nana Sousa Dias. Em 1992 partiu para Dubai, na Arábia, e em 1994 voltou a Portugal, tocando com várias formações ligadas ao Hot Club de Portugal, incluindo Bernardo Moreira, Claus Nymark Big Band e Carlo Morena, entre outros. Formou a sua própria banda, Opium, tocando com Alexandre Manaia e Alexandre Diniz. Em 1999 mudou-se para os Açores para ensinar trompete no Conservatório Regional de Ponta Delgada. Actualmente, é director da Escola de Música da Povoação, S. Miguel.
          Jorge Lima (guitarra) nasceu na Terceira em 28.11.64. Iniciou-se na guitarra e na composição como autodidacta, aos 15 anos. Mais tarde, estudou guitarra clássica na Escola Duarte Costa (Lisboa) e Formação Musical na Academia dos Amadores de Música de Lisboa. Estudou no Conservatório Regional de Ponta Delgada, onde integrou a Classe de Jazz orientada pelo professor Michael Ross. Foi também co-fundador dos Habitat, dos Arte Suave e dos Quarta Essência, banda que integra ainda, como guitarrista e compositor. Estudou guitarra jazz com Maarten Van der Grinten, Pedro Madaleno e Sérgio Pelágio. Participou na banda sonora das séries televisivas Mau Tempo no Canal e O Feiticeiro do Vento. Foi professor de guitarra no Centro de Formação Musical da Mãe de Deus, em Ponta Delgada, entre 1992 e 1999. Estudou também saxofone no Conservatório Regional de Ponta Delgada. Foi membro do Grupo da Classe de Jazz deste Conservatório e do Quarteto de Saxofones da mesma escola. Em 2001, organizou o grupo Alma Nova, com o qual realizou a abertura do III Festival de Jazz de Ponta Delgada, apresentando um espectáculo de tributo ao compositor brasileiro António Carlos Jobim.
          Mike Ross (contrabaixo) nasceu no Estado do Texas, E.U.A, em 1946. Fez uma Licenciatura em Teoria da Música na North Texas University, a segunda maior escola dos Estados Unidos a oferecer um programa de Jazz. Tocou com inúmeros músicos, alguns de grande nomeada no meio jazzístico internacional, destacando-se a este nível a sua participação na banda de Stan Kenton. Chegou a Portugal em 1976, tendo tocado neste país com diversos músicos da área do Jazz. Tocou em inúmeros festivais, incluindo o Cascais Jazz. Colaborou no Hot Club de Portugal, em Lisboa. Foi também um dos primeiros professores do Louisiana Club, clube de Jazz fundado por Luís Villas-Boas em Cascais. Colaborou como músico e orquestrador num disco de Paulo de Carvalho e Fernando Tordo. Foi tubista da Orquestra Sinfónica da RDP – Emissora Nacional entre 1979 e 1985. É desde então professor no Conservatório Regional de Ponta Delgada, onde lecciona metais e contrabaixo. Nesta escola, orienta também uma Classe de Jazz. Integra ainda, como músico e arranjador, um quinteto de metais composto por docentes de vários Conservatórios do país.
          João Silvestre (bateria) nasceu em Lisboa em 1975. Iniciou estudos de música aos 16 anos no Hot Club de Portugal, tendo como professores André Sousa Machado, Carlos Vieira, Pedro Moreira e João Moreira. Ao nível das formações musicais em que participou, contam-se, entre as principais, o trio de Nuno Ferreira, o Quarteto de Nuno Ferreira, o Quarteto de Carlos Barreto, o Moreiras Jaztet, o Trio de Carlos Moreira, a Ala dos Namorados, Los Tomatos e o Pedro Madaleno Trio. Leccionou na Escola de Jazz do Hot Club de Lisboa em 1995. Participou ainda em trabalhos com Jorge Reis, Vasco Agostinho, João Maurílio, Chris Case, Bob Sands, Perico Sambeat, Jesus Santandreu, Albert Sanz, etc. Participou em inúmeros festivais, contando-se entre os mais importantes o Jazz em Agosto 1995 e 1998 (organizado em Lisboa pela Fundação Calouste Gulbenkian), o Festival de Jazz de Matosinhos 98, o Festival de Jazz de Leiria 97, o Festival de Jazz de Loulé 98 e o Festival de Jazz de Évora 96. Integrou os Quarta Essência (Açores) e o grupo de Carlos Massa (Açores). Ao nível discográfico, gravou em 1997, com Nuno Ferreira, um disco ao vivo, integrado num evento com o título "Novíssimas do Jazz", realizado no Teatro São Luís, em Lisboa. Trabalha actualmente com Nuno Ferreira e outros músicos, em Lisboa., onde actua regularmente.

Russell Malone
Russell Malone nasceu a 8 de Novembro de 1963 em Albany, Georgia. Os seus primeiros contactos com a música foram na igreja. “A música não era sofisticada, mas havia tanto espírito!” explica Russell. “Quasi não havia instrumentos, apenas bateria, tambores e uma washboard…as pessoas não sabiam o que era soul music antes de verem aquelas pessoas de Igreja cantarem.
Em breve a guitarra foi incorporada na música de Igreja e Russell ficou fascinado por ela..Aos cinco anos a mãe ofereceu-lhe uma guitarra de brincar e ele começou a copiar os músicos de Igreja. Aos dez, Russell passou a interessar-se pelos blues e música country depois de ver na televisão músicos como Chet Atkins, Glen Campbell, Johnny Cash, Roy Clark, B. B. King e, especialmente, George Benson. Mais tarde escolheu o Jazz. Sentado ao lado do gira-discos e a tocar muito, foi o modo como ele diz que aprendeu a tocar jazz. De facto, tornou-se um tocador auto-didacta, influenciado por músicos como B. B. King, Wes Montgomery, George Benson, Kenny Burrell e dúzias de outros que ele descobria depois de procuras vorazes.
Começou por tocar, em 1988 com o grande mestre organista de jazz Jimmy Smith, e, entre 1990 e 1994 acompanhou Harry Connick Jr.. No final dos anos noventa acompanhou em discos e concertos por todo o mundo Diana Krall, recebendo o aplauso da crítica no seu papel de braço direito de Diana, quer nos concertos, quer nas gravações. Russell acompanhou igualmente músicos como Eddie Cleanhead Vinson, Claude Fiddler Williams, Bucky Pizzarelli, Jack McDuff, John Hicks, Clarence Carter, Little Anthony, Freddie Cole, Mulgrew Miller, Kenny Barron, Roy Hargrove, Cyrus Chestnut e Patti Austin. Participou no filme de Robert Altmann “Kansas City”.
As suas primeiras gravações como líderforam feitas para a Columbia: Russell Malone (1992), Black Butterfly (1993) e Wholly Cats (1994). Mais tarde assinou contrato com a Impulse-Universal: Para estes gravou Sweet Georgia Peach (1998) e Look who’s here! (2000). Teve também uma participação proeminente nos últimos discos de Benny Green, como Kaleidoscope (1997) e These are Soulful days (1999). Teve um papel muito importante nas gravações de Diana Krall, como nos discos nomeados para os Grammy All for You, Love Scenes e The Look of Love. Também gravou, entre outros, com Harry Connick Jr., Branford Marsalis, Don Braden e Etta Jones.

Benny Green
Benny Green nasceu em 1963 em Nova Iorque, tendo crescido em Berkeley, California, onde iniciou os estudos de piano clássico com sete anos de idade. Influenciado pelo pai, um saxofonista tenor, muito rapidamente a sua atenção se virou para o jazz: “Comecei a tentar improvisar ao piano, imitando as gravações da colecção do meu pai que ouvia, as quais incluiam bastante de Monk e Bird…tratou-se de um processo gradual de aprender sozinho”. Tocou em bandas na escola antes de ser contratado pela cantora de jazz Fay Carroll. “Foi um bom treino para mim em termos de acompanhamento e de aprendizagem dos blues. Ela deu-me ainda a oportunidade de tocar em trio a abrir todos os seus espectáculos”. Ainda teenager trabalhou com Eddie Henderson e ganhou alguma experiência de big band no grupo de 12 elementos de Chuck Israels. Depois da graduação, tocou durante um ano como freelancer na zona de São Francisco e a seguir mudou-se para Nova Iorque, na Primavera de 1982.
Em Nova Iorque Benny começou a estudar com o veterano pianista Walter Bishop Jr. o qual o ajudou a encontrar o seu próprio som e encorajou-o a estudar toda a história do piano jazz. Depois de um curto período com Bobby Watson, Green trabalhou com Betty Carter entre 1983 e 1987, ano em que entrou para os Jazz Messengers de Art Blakey onde ficou até finais de 1989. Nessa altura começa a trabalhar no Quinteto de Freddie Hubbard. Em 1993 Oscar Peterson escolhe Benny Green para o primeiro recebedor do “Glen Gould International Protégé Prize in Music” da cidade de Toronto. Nesse ano substitui Gene Harris no Trio de Ray Brown onde fica até 1997. A partir desse ano começa a liderar os seus próprios trios, a acompanhar cantoras como Diana Krall e a concentrar-se nas suas performances em piano solo.
A sua carreira em disco, a qual inclui mais de cem sessões, é impressionante: entre muitos outros, gravou como acompanhante com Betty Carter, Art Blakey e os Jazz Messengers, Freddie Hubbard, Bobby Watson, Milt Jackson, Diana Krall, Gary Bartz, Don Braden, Arnett Cobb, Mingus Dynasty, John Pizzarelli, Lew Tabackin, Ray Brown e Oscar Peterson.
Como líder começou por gravar em 1988 o album Prelude e em 1989 In This Direction. Em 1990 começa a gravar para a etiqueta Blue Note: Lineage (1990), Greens (1991), Testifiyn’ (1992), That’s Right! (1993), The Place To Be (1994), Kaleidoscope (1997) e These are soulful days (1999). Entretanto tinha gravado em 1997 o album Funky para a Toshiba. Em 2000, e já para a Telarc, publicou o album Naturally.
Estudante perpétuo da história do jazz piano, Benny Green refere Erroll Garner, Ahmad Jamal, Phineas New born, Bud Powell e Oscar Peterson como algumas das suas influências mais importantes. No entanto a sua estadia nos Jazz Messengers contribuiu, mais que qualquer outra influência, para modelar o seu estilo. Nunca está mais à vontade que num contexto hard-bop, mostrando-se um digno émulo dos seus predecessores: Horace Silver, Walter Davis Jr., mesmo Bobby Timmons de quem reteve as longas sequências em block chords, geradoras dum swing poderoso e sem ornamentos. Se a sua inspiração se alimenta naturalmente da tradição religiosa, desenvolve, no entanto, linhas melódicas complexas onde demonstra todo o seu virtuosismo.

Ray Drummond
O contrabaixista, compositor, arranjador, professor e produtor Ray Drummond nasceu a 23 de Novembro de 1946 em Brookline, Massachusetts, filho de um coronel do exército, o que o levou a frequentar 14 escolas por todo o mundo. Aos 8 anos começou a tocar trompete e logo a seguir trompa. Em 1961volta-se para o contrabaixo. Instalado na Califórnia tira a licenciatura em Ciências Políticas e prepara um mestrado em Administração Financeira na Stanford Business School (1970-1971). No entanto, não se imagina a passar o resto da sua vida nesta área e decide consagrar-se à música. Completa a sua formação com lições privadas, especialmente no que diz respeito à técnica de utilização do arco.
A sua carreira musical começa na área de S. Francisco, onde, em 1971, grava com Michel White, trabalha com Bobby Hutcherson (colaboração que tem continuado até aos dias de hoje), Martha Young (sobrinha de Lester), Ed Kelly, Tom Harrell e Eddie Marshall. Em 1977 muda-se para Nova Iorque onde rapidamente se torna num dos contrabaixistas mais solicitados. As suas sólidas inovações rítmicas e harmónicas levam-no a trabalhar com músicos como Betty Carter, a Thad Jones/Mel Lewis Orchestra, Winton Marsalis, Woody Shaw, Horace Silver, Hank Jones, Jon Faddis, Milt Jackson, Johnny Griffin, Kenny Barron, Pharoah Sanders e George Coleman. Adicionalmente aparece em mais de 300 gravações com artistas como alguns dos já referidos, mas também com Art Farmer, David Murray, Houston Person, Stan Getz, Kenny Burrell, Kevin Mahogany, Toots Thielemans, Benny Golson e Ray Briant. Além do trabalho com estas lendas do Jazz, Drummond também grava e actua com diversos novos artistas como Joe Locke, Steve Wilson, Paul Boltenback, Jessica Williams, Rob Schneiderman e Jeanie Bryson.
Por outro lado, Drummond lidera os seus próprios grupos há mais de 29 anos, tendo gravado oito albuns sob o seu nome e três como co-líder com pianistas (dois com Bill Mays e um com John Hicks). Como compositor a sua música está ancorada na tradição do Jazz e nas suas raízes, com uma mistura de inspirações africanas e ambientes modais. Diz Drummond: “Tento responder à questão de saber o que teria acontecido se não tivéssemos seguido a experiência Afro-Cubana. Como seria se a influência Africana tivesse ido directamente para Nova Iorque e New Orleans?”. Como líder, rodeia-se de músicos que sabe que entrarão na sua música, e permite que explorem a sua própria maneira de tocar. Os seus três principais grupos são: “Excursion”, com David Sanchez, Craig Handy, Stephen Scott, Mor Thiam e Billy Hart; o Quarteto, com Billy Hart, Stephen Scott e Craig Handy; e o “One To One”,com Bill Mays. Adicionalmente, co-lidera “The Drummonds”, com Billy Drummond e Renee Rosnes.
Como professor iniciou-se em 1975 no Departamento de Música do Monterey Peninsula College. A partir de então tem dirigido master classes, seminários e workshops um pouco por todo o mundo, incluindo o Stanford Jazz Workshop (duas vezes como master resident), a Berklee School of Music, Purdue University, BANFF Center for the Arts, University of Nebraska/Lincoln, University of Massachusetts e a Sibelius Academy of Music de Helsínquia, Finlândia, só para indicar alguns.
Como acompanhante, continua a trabalhar como membro do Trio de Kenny Barron, com Houston Person, Bobby Hutcherson, George Coleman, Phill Woods, Peter Leitch, David Murray’s Power Quartet, Toots Thielemans, Bill Charlap Trio, The Drummonds, Bennie Wallace e muitos outros.
Albuns:

Susanita (com Branford Marsalis)

Maya’s Dance (com Tom Harrell)

Camera In A Bag (1989 - com David «Fathead» Newman, Kenny Barron, Steve Nelson…)

Excursion (1992 - com Joe Lovano, Craig Handy, Danilo Perez, Mor Thiam…)

Continuum (1994 – com Randy Brecker, John Scofield, Kenny Barron, Steve Nelson, Mor Thiam…)

Vignette (1995 – com Gary Bartz,Chris Potter, John Richmond, Joe Lovano, Renee Rosnes e Billy Hart)

Kenny Barron
O pianista e compositor Kenny Barron nasceu a 9 de Junho de 1943 em Filadélfia. Aos doze anos começa a estudar piano, mas também contrabaixo. Naturalmente os seus primeiros estudos são de música clássica. Um dos seus professores foi Vera Bryant, irmã de Ray Briant e mãe de Kevin e de Robin Eubanks. Barron foi “trazido” para o jazz pelo seu irmão mais velho, o saxofonista Bill Barron, que lhe dava a ouvir discos de Fats Navarro, Dizzy Gillespie ou Charlie Parker.
Em 1957 obtém o seu primeiro contrato na orquestra de Mel Melvin, onde tocava e seu irmão. Depois de uma breve passagem pelo grupo de Philly Joe Jones e depois pelo de Yusef Lateef. Em 1960 conclui a sua graduação e no ano seguinte muda-se para Nova Iorque onde começa a trabalhar com o irmão e Ted Curson, depois com James Moody, Lee Morgan, Lou Donalson. Em 1962 colabora com Roy Haynes antes de substituir, por recomendação de James Moody, Lalo Schifrin no Quinteto de Dizzy Gillespie, onde permanece até 1966 e se torna conhecido. Passa a tocar com Freddie Hubbard, Jimmy Owens e Stanley Turrentine. Em Março de 1970 faz parte do Quarteto de Yusef Lateef, depois trabalha com Milt Jackson, Jimmy Heath, Stan Getz (1974-75), Buddy Rich (1975), antes de se associar duravelmente a Ron Carter(1976-80).
Em 1981 forma com Buster Williams, Ben Riley e Charlie Rouse o famoso quarteto “SPHERE”, que gravou o seu primeiro album no ano seguinte e que tem tido um grande sucesso até hoje (com a morte de Charlie Rouse, e uns anos mais tarde, Gary Bartz passou a integrar o grupo). Forma também os seus próprios grupos – trios, quartetos e quintetos Entretanto continua a acompanhar numerosos músicos (por exemplo Bobby Hutcherson a partir de 1984, Stan Getz na sua digressão europeia de 1987).
Kenny Barron tem obtido vários prémios, como por exemplo: Melhor Pianista de Jazz nas votações dos críticos de jazz para as revistas “JAZZ IZ” em 1996, “Jazz Times” em 1997 e 1998, “Downbeat” em 1997, 1998 e 1999. Melhor Pianista de Jazz nas votações dos leitores das revistas “Jazz Times” em 1995 e 1996, “Downbeat” em 1997 e “JAZZ IZ” em 1999. Em 1998 obteve ainda o “New York Jazz Award” para o melhor pianista e em 2000 ganhou o prémio de melhor pianista da Associação Americana de Jornalistas de Jazz. Tem mais de quarenta discos gravados como líder ou co-líder, sete com o grupo SPHERE e cerca de trezentos como acompanhante.
O estilo e a carreira de Kenny Barron fazem lembrar muitas vezes as de Tommy Flanagan e Hank Jones: Acompanhou uma multidão de músicos, adaptando-se a cada contexto com um profissionalismo imperssionante e desenvolvendo um talento de camaleão que desencoraja qualquer tentativa de singularização. Ele é capaz de acompanhar – e improvisar – “à Herbie Hancock” (nomeadamente com Freddie Hubbard e Joe Henderson), “à McCoy Tyner” (ainda com Hubbard) ou “à Oscar Peterson” (com…Ray Anderson). Mas revelou-se ao lado de Dizzy Gillespie um verdadeiro estilista bebop. Depois, é uma espécie de depositário duma certa tradição do piano-jazz moderno, abandonando as passagens rápidas um pouco atabalhoadas,   mas trabalhando particularmente a sonoridade,com uma refinada harmonia, assim como o ritmo, sem nunca deixar de ter um swing muito forte.

Ben Riley
O baterista Ben Riley nasceu em Savannah, Georgia, em 17 de Julho de 1933, tendo estudado em Nova Iorque com Cecil Scott, depois de um primeiro contrato em 1956 com Bobby Brown. Grava com Johnny Griffin, Eddie “Lockjaw” Davis, Bennie Green, Ken McIntyre, Junior Mance, Jeremy Steig, Sonny Rollins, Nina Simone e Sam Jones.
Baterista de Thelonious Monk entre 1964 e 1968, em 1965 acompanha Duke Ellington várias vezes, nomeadamente no Festival de Pittsburg. Em 1970 grava com Alice Coltrane.
Fazia parte do “New York Jazz Quartet” em 1975 quando encontrou Ron Carter que o chamou para formar um grupo com Kenny Barron e Buster Williams. No entanto foi o próprio Carter que acabou por não acompanhar o projecto, ao qual se juntou, uns anos mais tarde, Charlie Rouse, de que resultou o famoso grupo SPHERE, cujo primeiro album “Four in One” foi gravado em 1982, tendo-se seguido outros, bem como numerosas digressões.
Entretanto Ben Riley grava com Chet Baker, Kenny Barron, Benny Golson e em trio em 1983 e em quinteto com Dollar Brand em 1985. Acompanha também Horace Tapscott. Ainda na segunda metade dos anos 80 grava com Ricky Ford, Stan Getz, Shannon Gibbons, Andrew  Hill e Jack Sheldon.
A partir do final dos anos 80 toca regularmente com Kenny Barron e Ray Drummond.
Tratando-se de um baterista muito solicitado, gravou, ainda, entre outros, com Ted Brown (1985), com a cantora Shannon Gibbons, Ben Sidran (1987), Barney Kessel; em quarteto com Ricky Ford, Jaki Byard e Milt Hinton em 1989 e 1991, Eddie Harris, Nancy Harrow e Gary Bartz em 1990, Harold Ashby, Kenny Barron, Gary Bartz, Harriet Bluiett, Jay Collins, Eddie Harris, Nancy Harrow (1990 e 1993), Jay McShann (2 discos em 1992), Mike Melillo, Pete Minger, Valery Ponomarev, Claudio Roditi ,etc..
É conhecido pelo seu sentido de swing, pelos seus efeitos coloridos e atenção ao tema e à estrutura, sendo a sua maneira de tocar muito caracterizada por uma batida aérea, pureza de toque do címbalo e nitidez da tarola.

Curtis Fuller
O trombonista e compositor Curtis Fuller nasceu em 15 de Dezembro de 1934 em Detroit. Só começou a interessar-se pelo jazz no final do liceu, mas tocava então saxofone barítono. Passou ao trombone com 16 anos. Na altura Detroit era berço de excelentes músicos, como Donald Byrd, Elvin e Thad Jones, Paul Chambers, Kenny Burrell, Louis Hayes, Pepper Adams, Tommy Flanagan e Barry Harris, para referir alguns dos mais importantes. Foi nesta atmosfera musical que FULLER desenvolveu o seu estilo.
Em 1953 começou o serviço militar, aí conhecendo Junior Mance e Cannonball Adderley. Contudo, já na altura se interessava pelo trabalho dos trombonistas J. J. Johnson e Kai Winding, com os quais viria posteriormente a gravar. Entre 1953 e 1955 foi convidado a tocar com Cannonball Adderley. Segue-se um período em que toca com Kenny Burrell e no quinteto de Yusef Lateef, grupo que a partir de 1957 se apresenta em Nova Yorque.
Rapidamente o seu trabalho começa a destacar-se e o seu talento, com um estilo poderoso e imaginativo e sonoridade característica, impressiona músicos e críticos. Numa entrevista, aos 22 anos, FULLER refere Jimmy Cleveland, Bob Brookmeyer e Urbie Green como favoritos.
Em 1957 o trombonista era solicitado para todo o lado: gravou com Sonny Red, Paul Quinichette, Tommy Flanagan, Jackie McLean, tocou no Café Bohemia no sexteto de Miles Davis, também com Clifford Jordan, gravou “The Opener”, “New Trombone” e “With Red Garland”, entre outros, como líder, trabalhou com Jimmy Smith e Bud Powell, culminando na gravação de “Blue Train” com John Coltrane. Basta referir que em apenas 8 meses em Nova Iorque, FULLER gravou 6 discos como líder e participou em outras 15 gravações discográficas, o que é impressionante para um trombonista de 23 anos!
Em 1958 começa a germinar um novo projecto entre Benny Golson e o trombonista, baseado no trabalho realizado para cinco discos e já em 1959, para mais dois que incluíam Art Farmer. Desta colaboração nasceu o jazztet, que gravaria em 1960 o disco “Meet The Jazztet”, onde além dos três sopros atrás mencionados, tocava igualmente McCoy Tyner. Entretanto continuou a gravar com  Kenny Dorham, Benny Golson, Wilbur Harden, Abbey Lincoln, Philly Joe Jones, Ahmed Abdul-Malik, Blue Mitchel, Billy Eckstine, Quincy Jones e Frank Wess, entre outros.
Entre 1961 e 1965 FULLER faz parte dos Jazz Messengers de Art Blakey, quando o quinteto passou a sexteto. O trombonista, juntamente com Freddie Hubbard, Wayne Shorter, Cedar Walton e Jymie Meritt ou Reggie Workman, criaram um dos mais impressionantes grupos da história do hardbop. No entanto, não deixa de tocar e gravar com Phil Woods Freddie Hubbard, Roland Kirk, e Lee Morgan. Após participar em discos deste último, mas também de Hank Mobley, Joe Henderson e Wayne Shorter, em 1968 participou numa longa digressão europeia e asiática da orquestra de Dizzy Gillespie.
No início da década de 70 participa em experiências electrónicas, sempre inspiradas no hardbop, com Stanley Clark e Bill Washer. De 1975 a 1977 faz parte da orquestra de Count Basie. Em 1979, com Kay Winding, constitui o quinteto “Giant Bones”, ue grava no ano seguinte. Seguem-se gravações com Cedar Walton (1979 e 1983), Lionel Hampton, Slide Hampton, e Benny Golson (1980 e 1981).
Nos anos 80 e 90 participou em algumas digressões interncionais do Jazztet e do Timeless All Stars, ao lado de Harold Land, Bobby Hutcherson, Cedar Walton e Billy Higgins, com os quais gravou em 1983 e 1985. Gravou também com Art Farmer, Benny Golson e Johnny Griffin entre outros. FULLER tem leccionado,nos EUA; desde 1993.
Foi a ouvir J. J. Johnson que FULLER ganhou maturidade, aperfeiçoou o trabalho harmónico com Miles Davis, desenvolveu a abordagem da improvisação com John Coltrane. Com base numa enorme bagagem técnica, as passagens muito rápidas no trombone não têm segredos para FULLER. Sempre no respeito pelo hardbop, os seus solos são marcados por contrastes efectivos e explorações harmónicas pouco habituais no trombone, mostrando um sentido rapsódico do ritmo, decerto inspirado na técnica coltraneana.

Javon Jackson
O saxofonista (tenor e soprano) Javon Jackson nasceu em 1965 em Carthage (Missouri). Ainda garoto, foi residir com a familia para Denver, onde começou a estudar música. Mais tarde, matriculou-se no Berklee College of Music, em Boston. Ainda estudante, fez parte dos Jazz Messengers de Art Blakey, até à morte do baterista em 1990. Na década de 90 tocou e gravou com Elvin Jones, Charlie Haden, Freddie Hubbard, Ron Carter, Cedar Walton, Nat Adderley, Donald Byrd, Richard Harris, Betty Carter, Bobby Hutcherson, Jon Faddis, Stanley Turrentine e Curtis Fuller.
Em 1994 foi editado o seu primeiro CD no catálogo Blue Note, para o qual gravou até hoje vários discos. “For One Who Knows” foi produzido pela grande cantora Betty Carter. Saxofonista muito solicitado, nestes últimos anos participou em mais de 80 discos. O seu “Pleasant Valley”, gravado em 1999, esteve algumas semanas na 1.ª posição das tabelas de jazz nos EUA.
É Professor Assistente no SUNY Purchase College e na Universidade de Long Island.
O seu mais recente projecto, o quinteto”Split Second”, inclui DR Lonnie Smith, Mark Whitffield, Fred Wesley e Lenny White.

Ronnie Mathews
O pianista e compositor Ronnie Mathews nasceu em 2 de Dezembro de 1935 em Brooklyn, Nova Iorque. Inicia a sua formação em piano, teoria e composição no Brooklyn College e na Manhattan School of Music.
Diplomado em 1959, toca em várias orquestras, nomeadamente com Kenny Dorham, antes de, em 1963, ser contratado por Max Roach, com quem grava nesse mesmo ano “Doin’ The Thang” e segue em tournée pelo Japão. Esta colaboração dura até 1968 mas permite-lhe, ao mesmo tempo tocar com Roy Haynes e depois com Freddie Hubbard (1965-66). Em 1968 entra para o grupo de Art Blakey onde fica um ano, participando em tornées pela Europa e Japão.
Depois de quasi dois anos trabalhando como free-lance, torna-se durante algum tempo compositor a tempo inteiro e começa a dar aulas no Jazzmobile (programa de animação musical nos quarteirões e arredores pobres de Nova Iorque, que decorria no Verão, ao ar livre, sobre plataformas rebocadas por camiões) e na Universidade de Long Island.
A partir de 1972 colabora com o sexteto de Louis Hayes e em 1976 começa a trabalhar com Clark Terry, quer em quarteto, quer em Big Band. Nesse mesmo ano, com Louis Hayes e Woody Shaw acompanha Dexter Gordon quando o saxofonista volta para os Estados Unidos depois de muitos anos na Europa. Depois tocou, fez digressões e/ou gravou com Johnny Griffin (1979-82), Dizzy Gillespie (1981-88), Clifford Jordan (a partir de1981). Nos anos 80, toca com Junior Cook, Frank Foster, Jimmy Cobb, Ed Thigpen, Terence Blanchard e Branford Marsalis, com os quais igualmente grava. Na década de 90, faz parte dos grupos de T.S.Monk, mas também grava com Thomas Chapin, Clifford Jordan, Louis Hayes, Roy Hargrove e com a Joe Henderson Big Band, participando também na música da peça "Black and Blue"e na banda sonora do filme de Spike Lee "Mo' Better Blues". Desde o final dos anos 80, é professor na New School of Music, em Manhattan.
Particularmente influenciado por Thelonious Monk e Bud Powell, com um estilo próximo do de Horace Silver, RONNIE MATHEWS é um excelente solista, particularmente em tempos rápidos, com um fraseado denso de grande riqueza harmónica. Acompanhador seguro, muito fluente no reforço dos solistas numa abordagem próxima de um McCoy Tyner ou de um Herbie Hancock, é um dos pianistas originários do hardbop mais solicitados.

Michael Bowie
Nascido em Maryland, em 1970, muito jovem começou a sua carreira no grupo de Betty Carter. Gravou dois CD’s com esta cantora e vários outros com músicos e cantores com os quais tocou, como Michel Camilo, Abbey Lincoln, Abdullah Ibrahim, George Coleman, Kenny Burrell, Sarah Vaughan, Joe Williams, Christian Escoudé, Rodney Kendrick, Bheki Mseleku, Stephen Scott, Terell Stafford, Michel Petrucciani e Javon Jackson.
Recentemente foi-lhe atribuído o prémio “National Endowment for Jazz”. Lecciona no Conservatório de Música de Shenandoah. Tem participado em diversos programas de televisão, com destaque para a série “Bet on Jazz” com Kenny Kirkland e Maceo Parker, bem como no “Three Generations of the Bass” com Charlie Rouse.

Louis Hayes
O baterista norte-americano Louis Hayes nasceu a 31 de Maio de 1937 em Detroit. Começa a interessar-se pela bateria com o pai e o primo que tocavam este instrumento e que o entusiasmam. No início dos anos 50 estuda na Wurlitzer School of Music e cria o seu grupo que toca um pouco por todo o lado na área de Detroit. A partir de 1955 começa a tocar profissionalmente com Yusef Lateef e a seguir passa três anos no grupo de Horace Silver, indo depois para Nova Iorque.
Entre 1956 e 1959 grava com Sonny Clark, Clifford Jordan, Phil Woods, Bennie Green, Wilbur Harden, Curtis Fuller, Cecil Taylor, Wes Montgomery, Jackie McLean, Tommy Flanagan, Miles Davis Kenny Dorham e John Coltrane. Segue-se uma longa colaboração de seis anos com Cannonball Adderley. No entanto, durante este período, não deixa de gravae com Pepper Adams, Nat Adderley, Rolland Kirk, Ken McIntyre, Lee Morgan, Victor Feldman, Grant Green, Barry Harris, Sam Jones, Joe Henderson e Freddie Hubbard, entre outros. No final dos anos sessenta faz parte do Trio de Oscar Peterson. Entretanto, em 1967, forma os Jazz Communicators com Freddie Hubbard e Joe Henderson, voltando a tocar no grupo de Hubbard em 1970 e 1971.
Vai gravando e/ou tocando com Junior Cook, Woody Shaw, Dexter Gordon (com Ronnie Mathews e Woody Shaw acompanha Dexter Gordon quando o saxofonista volta para os Estados Unidos depois de muitos anos na Europa), Sonny Stitt, Joe Zawinul, Ravi Shankar e Cedar Walton. Entre 1977 e 1978 toca com Harold Mabern e, depois, com Horace Parlam, gravando então como líder o excelente disco “The Real Thing”. No início da década de 80 participa com Joe Farrell em experiências orquestrais e, em 1985, faz parte do Trio de McCoy Tyner. De 1988 a 1996 toca e grava com Charles Tolliver, Bobby Watson, John Stubblefield, Gary Bartz, Kenny Barron, George Benson, Frank Morgan, David Hazeltine, Javon Jackson e Clint Houston.
Para além do atrás referido, tem vários discos gravados como líder: “Light And Lively” e “Una Max”, ambos com Charles Tolliver e Kenny Barron entre outros; “The Crawl” com Gary Bartz; “Nightfall”; “Blue Lou”, com Javon Jackson e Ronnie Mathews; “The Super Quartet” e “Louis AT Large” com Javon Jackson.
Mestre da bateria hardbop, LOUIS HAYES é um músico imaginativo, ritmicamente seguro, que ao mesmo tempo que sabe escutar os seus companheiros, consegue produzir um balanço contagiante, através do seu jogo de pratos.

Laverne Butler Quarteto

Laverne Butler (voz)
Nasceu em Shreveport (Louisiana), em 1958. Estudou canto desde jovem e, aos 12 anos, já se apresentava em concertos com o pai, o saxofonista Scott Butler. Eram os primeiros passos nos R&B e no jazz, à mistura com alguma música pop. Mais tarde, na Universidade de New Orleans, tornou-se vocalista da orquestra de jazz universitária. Daí a apresentar-se, com certa regularidade, nos clubes da Bourbon Street, em New Orleans, foi um passo. Entretanto, formou-se em inglês e drama, vindo a tornar-se professora de inglês num liceu local. Porém, o jazz era a música que mais a atraía, o que levou a cantora a trabalhar com Ellis Marsalis, Henry Butler, Edward Frank, Earl Turbinton, Alvin Batiste e James Black. No Verão de 1985, conhece o cantor Jon Hendricks, que a convence a ir residir em Nova Iorque a fim de ali se dedicar essencialmente ao canto.
Diz Laverne numa recente entrevista: "Era uma situação muito cansativa, pois levantava-me quase sempre às 6 horas, dava aulas no liceu durante a manhã, ensaiava de tarde e cantava à noite. Isto praticamente todos os dias".
Depois de gravar para o catálogo Chesky, assinou contrato com a editora MAXJAZZ, em 1999. "Blues in the City" foi o seu primeiro Cd neste catálogo, disco que se manteve várias semanas no 1º lugar das tabelas de jazz nos EUA. "A Foolish Thing to Do", no qual participa o pianista BRUCE BARTH, foi editado em 2001. A crítica do Washington Post refere: "A cantora da Louisiana mostra grande maturidade e bagagem séria em dois elementos essenciais do jazz – blues e swing". No final do ano passado, os críticos da revista Down Beat votaram LAVERNE BUTLER na classificação "Talent Deserving Wider Recognition".

Bruce Barth (Piano)
Pianista-compositor nascido em Passadena, em 1958. Cresceu em Nova Iorque, desde cedo envolvendo-se no mundo da música pois a mãe era pianista clássica. Começou a estudar piano com 5 anos, vinda a terminar o Curso Superior no Conservatório da Nova Inglaterra, no final dos anos 70. Depois de se interessar mais profundamente pelo jazz, teve oportunidade de se especializar com Jaki Byard e George Russell (entre 1982 e 1984). Fez parte da Orquestra de George Russell e dos grupos de Nat Adderley, Vincent Herring, Stanley Turrentine e Terence Blanchard. Tem tocado um pouco por todo o mundo, apresentando-se na Europa – já tocou duas ou três vezes no nosso país – Japão, Coreia e África. Gravou com todos os músicos atrás referidos, além de Steve Wilson e Randy Johnston. Em 1992, participou no filme "Malcolm X". Desde meados da década de 90, exerce actividade pedagógica na Universidade de Brooklyn.

Ugonna Okegwo (Contrabaixo)
Nascido em Londres, em 1962, ainda jovem foi residir na Alemanha, começando a estudar música e contrabaixo no Conservatório de Berlim. Entre 1987 e 1989, aperfeiçoou os seus estudos com Walter Norris e Jay Oliver. Depois de se apresentar em concertos com Charles Tolliver e Dizzy Reese, na Alemanha, partiu para Nova Iorque em 1990. Nessa cidade, aperfeiçoou a técnica com  Cecil McBee. Nestes últimos 10 anos, tocou com Jon Hendricks, Jacky Terrasson, Carrie Smith, Joseph Jarman, Clifford Jordan, Steve Davis, Leon Parker, Joshua Redman, Tom Harrell e a orquestra Mingus Dinasty.

Montez Coleman (Bateria)
Nasceu em Saint Louis, em 1973. Estudou música e, posteriormente, bateria, aperfeiçoando os estudos na Universidade de Illinois Norte, sob a direcção de Ron Carter, na altura Director dos Estudos de Jazz. Com apenas 18 anos, foi considerado o melhor aluno de bateria do Estado do Illinois. Terminou em 1993 o curso de música, na Universidade da Carolina do Norte. Até 1996, participou na digressão de três anos, nos EUA, Europa e Ásia, da cantora Allison Williams. Depois, tocou com Betty Carter, Nicholas Payton e John Hicks. Nos últimos anos, colaborou com Wynton Marsalis e Houston Person e com as cantoras Carla Cook e René Marie, com as quais se apresentou no SEIXALJAZZ2001. Acaba de participar na gravação de discos de Bobby Watson e Russell Gunn.

BIG BAND DO HOT CLUBE DE PORTUGAL
A Big Band do Hot Clube de Portugal, a primeira grande formação existente em Portugal dedicada exclusivamente ao Jazz e com actividade regular, surgiu em finais de 1990 para preencher uma lacuna que existia na formação dos nossos músicos de jazz: a prática do rigor, só possivel no trabalho de orquestra.
Ao longo da  sua primeira década a Big Band realizou inúmeras actuações por todo o país. Participou em vários festivais, como em Lisboa, Porto, Guimarães, Serralves, Coimbra, Fundação Gulbenkian, Festa do Avante, etc.. Actuou também em dezenas de autarquias ao abrigo de protocolos com a antiga Secretaria de Estado da Cultura, e com o actual Ministério da Cultura.
A Big Band teve a honra de inaugurar a actividade de Culturgest na área do Jazz num concerto tendo como solista o trompetista Freddie Hubbard. Tocou também com Benny Golson, Curtis Fuller e Eddie Henderson, solistas com quem gravou um CD (Polygram).
Apresentou-se no Festival “Jazz em Agosto” da Fundação Gulbenkian, em 1999, numa homenagem a Duke Ellington, tocando as suas partituras originais com a participação dos saxofonistas John Ellis e Mark Turner. Constituiu também a base da orquestra que no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian recriou as imortais obras de Miles Davis/Gil Evans Porgy and Bess e Sketches of Spain, sob a direcção do maestro Robert Sadin, tendo como solistas os trompetistas Tim Hagans e Tom Harrel.
Em 2000 realizou uma digressão nacional produzida pela Culturgest com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos. Nesse ano apresentou-se em Madrid na semana de Portugal promovida pelo ICEP.
Em 2001 tocou de norte a sul do país integrada na bolsa de acções do IPAE.
A Big Band do Hot Clube de Portugal tem-se assumido como aquilo que vulgarmente se chama uma orquestra de repertório. Ou seja, uma orquestra cujo repertório é constituído por peças de compositores importantes da história das Big Bands: Duke Ellington, Gil Evans, Thad Jones, Count Basie, para referir alguns. O seu repertório não é , pois, centrado em música original de um dos seus membros (geralmente o director musical).
Algumas vozes têm posto em causa a utilidade de uma orquestra deste género. É nossa opinião que a existência de tal orquestra é fundamental no nosso país. Só dessa forma milhares de pessoas têm acesso, e da melhor maneira, ou seja, ao vivo, a certo tipo de música. Por muito que se diga que as gravações preservam as músicas dos mestres, nem toda a gente tem acesso a elas, nem o impacto que essa música tem num potencial amante de Jazz é idêntico. Da mesma forma, alguém imagina um cenário em que nenhuma orquestra toque concertos de Mozart ou sinfonias de Brahms? A única forma de a boa música se manter viva é haver alguém que a toque ao vivo. Os discos não chegam.
Por outro lado, há uma fase da formação dos músicos em que é essencial aprender com as principais referências do estilo e isso só é possível com orquestras de repertório.
Nessa medida o desenvolvimento do Jazz em Portugal passa obrigatóriamente por aí, à semelhança de todos os países com alguma tradição nesta área. No dia em que houver várias orquestras de estudantes em Portugal a tocar ao nível da Big Band do Hot provavelmente deixará de fazer sentido essa orientação.
É importante perceber que esta Big Band não é a Big Band deste ou daquele músico. Vai essencialmente ao encontro de uma das ideias fundamentais do Hot Clube de Portugal, tal como foi concebido por Luíz Villas-Boas no final dos anos 40: a divulgação do Jazz.
Na Europa, e em Portugal em particular, há uma tendência para se dar mais importância ao projecto musical do que àquilo que é efectivamente tocado. Na comparação entre “o que se toca” com o “como se toca”, este último sai claramente a perder.
Muitas vezes músicos e grupos portugueses são avaliados em função do que não tocam (ou do que deviam tocar, na opinião dalguns). Seria mais justo fazer uma análise à música executada no contexto em que ela acontece, seja ela tradicional, de vanguarda, ou qualquer outro estilo e independentemente do gosto de quem a analisa. O que verdadeiramente interessa é que seja bem tocada, com musicalidade e criatividade, características aliás essenciais a qualquer género de música.
A verdade é que a Big Band reúne alguns dos nossos melhores músicos (de Jazz e não só), conta com a participação de convidados ocasionais e toca com uma seriedade, dedicação e respeito pela música invulgares no nosso meio musical. Para além disso toca neste momento a um nível inimaginável há 10 anos atrás.

Pedro Moreira (Saxofonista e Compositor)
Desde a sua partida para Nova Iorque em 1996, Pedro Moreira tem vindo a desenvolver a sua actividade de compositor tentando juntar os mundos do Jazz e da Música Clássica, paralelamente à sua carreira de saxofonista. Assim, podem-se destacar as suas colaborações recentes como assistente musical e arranjador no CD de Herbie Hancock “Gershwin’s World” (premiado com 3 Grammy’s) e no próximo CD de Wayne Shorter (a editar em breve).
Em Julho de 2000 a Filarmónica de Estugarda executou uma orquestração sua.
Terminou recentemente o Mestrado em Composição Clássica no Mannes College of Music, em Nova Iorque. Nessa cidade tinha terminado em 1998 a Licenciatura em Jazz Performance na New School University.
Nesse ano recebeu o Downbeat Student Music Award nas categorias “Outstanding Performance” e “Best Jazz Group”.
Conta com actuações com o grupo “Moreiras Quinteto” em Espanha, França, Angola, Moçambique, África do Sul, Costa do Marfim, Estados Unidos da América, para além de Portugal Continental, Açores e Madeira. Colaborou também com músicos como Dave Liebman, Joe Chambers, Freddie Hubbard, Benny Golson, Curtis Fuller, Eddie Henderson e Bobby Short, entre outros.
É desde 1991 o Director Musical da Big Band do Hot Clube de Portugal, com a qual realizou inúmeros concertos e gravou um CD para a Polygram.
É também Director Pedagógico da Escola de Jazz Luís Villas-Boas, do Hot Clube de Portugal, posição que tinha antes de se mudar para Nova Iorque e que reassumiu com o seu regresso a Portugal no Verão de 2000.
É neste momento membro do Conselho Consultivo da European Jazz Youth Orchestra, uma organização subsidiada pelo Parlamento Europeu, tendo recentemente sido eleito para dirigir essa orquestra no ano 2003.
É também Director Artístico do Festival de Jazz da Alta Estremadura.

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